
Nota de Repúdio à ação de desocupação no Sol Nascente (DF)
A população residente do Sol Nascente (DF) sofreu, nesta quinta-feira (17/7), uma grave violação de direitos, quando a Secretaria DF Legal iniciou uma operação de desocupação forçada na área do entorno da bacia de contenção, sem aviso prévio ou qualquer respaldo documental apresentado aos moradores. Mesmo as residências mais afastadas estão sendo afetadas, gerando um cenário de medo, insegurança e violência institucional.
Em entrevista ao Correio Braziliense, a moradora Larissa Luz relatou: “Desde ontem eles vieram aqui derrubando. Derrubaram muita casa lá embaixo, na área da bacia de contenção. Hoje, voltaram marcando as casas. Disseram que vão retirar, mas ninguém mostrou papel, nem deram prazo […]. Aqui não é invasão. Aqui tem luz, água, poste. A gente paga conta. Como é que dizem que é irregular agora?”. Há ainda denúncias de pessoas acamadas sendo retiradas à força de suas casas, em flagrante desrespeito à dignidade humana e aos princípios constitucionais.
As forças de segurança pública, presentes durante a ação, utilizaram-se ainda de medidas extremas contra os moradores que exerciam pacificamente seu direito de manifestação. Como o uso de spray de pimenta, que acabou atingindo crianças e idosos, ampliando ainda mais a gravidade da situação e o sofrimento da comunidade.
O Centro de Juventudes Cajueiro — que desenvolve diversas atividades com a comunidade local — juntamente com o Núcleo de Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás (NDH/UFG), repudiam veementemente a ação autoritária e desumana, e pede pela suspensão das remoções e abertura de diálogo com os moradores, com base nos direitos fundamentais à moradia, à informação e à dignidade.